Arménio Vieira Poeta caboverdiano - PRÉMIO CAMÕES 2009 |
Pobre Fernando sem Dom nem Formoso!
Rei somente em poesia
que o mundo – tu mesmo o disseste –
é para os que têm o dom da conquista.
Pobre Fernando de mãos-postas!
De tal sorte fingidor e poeta
que até fingia que cria!
Pobre Fernando de óculos e chapéu
a sonhar com navios e aves do mar!
De que te valia ser marinheiro
num mundo descoberto e achado
ou ser pássaro e voar
no meio de falcões a rondar?
Pobre chapéu de poeta
ridículo como uma carta de amor!
Ainda se um raio de sol
transido no tempo e na bruma)
ou uma gota de chuva
(oblíqua e pequena que fosse)
te viesse tornar necessário!
Pobre Fernando de mãos-postas!
Patética pose de poeta
Arménio Vieira
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