29 de maio de 2008

Poesia Jovem

(Imagem retirada da net, via Google)

Um sonho


Eu sonhei que o mundo ia mudar
As guerras iam acabar
As fomes deixariam de matar
E a Paz ia chegar

Era tudo tão real
Nada era banal
Era um mundo de paz e alegria
Nada era fantasia

Acordei
Tudo não passava de uma ilusão
De uma mentira
A esperança nunca perderei
Não vou esquecer
Este sonho que sonhei

Vamos dar as mãos
Ainda temos muito para dar
Somos todos irmãos
Unidos
Um mundo novo vamos criar

Inês Rosa, 7º B, nº 12

28 de maio de 2008

Sugestão de Leitura - O Livro de Cesário Verde

(Pic-Nic, de Fernando Botero)

De tarde
Naquele «pic-nic» de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
E que, sem ter história nem grandezas,
Em todo o caso dava uma aguarela.

Foi quando tu, descendo do burrico,
Foste colher, sem imposturas tolas,
A um granzoal azul de grão-de-bico
Um ramalhete rubro de papoulas.

Pouco depois, em cima duns penhascos,
Nós acampámos, inda o sol se via;
E houve talhadas de melão, damascos,
E pão de ló molhado em malvasia.

Mas, todo púrpuro, a sair da renda
Dos teus dois seios como duas rolas,
Era o supremo encanto da merenda
O ramalhete rubro das papoulas.

26 de maio de 2008

CONCURSO LITERÁRIO NACIONAL - Manuel Alegre



A Câmara Municipal de Águeda voltou a apresentar, agora em conferência de imprensa, dia 2 de Abril, o Prémio Literário Manuel Alegre, que visa homenagear o escritor e poeta aguedense.

*

O prémio é de âmbito nacional, tem periodicidade bienal e visa, ainda, “o desenvolvimento do gosto pela leitura, a promoção da escrita e o aparecimento de novos autores”.

*

“No primeiro ano, vamos priveligiar a poesia, mas admitimos promover outros géneros literários, em futuras edições”, revelou Elsa Corga, vereadora da cultura.

O concurso “destina-se a quem não tenham ainda nenhum livro publicado” e só serão admitidos trabalhos de poesia, em Língua Portuguesa, que deverão ser apresentados até 30 de Junho.

A cerimónia de entrega de prémios (5.000 euros para o vencedor) terá lugar em Setembro.


O júri, para lá de Gil Nadais, será constituído por mais três aguedenses: Paulo Sucena (escritor e investigador da obra de Manuel Alegre), Graça Rio-Torto (Universidade de Coimbra) e Daniel Marques Ferreira (escritor e professor, natural de Macinhata). Inclui Clara Rocha (Universidade Nova de Lisboa), Lídia Jorge (escritora) e Nuno Júdice (poeta e ensaísta).

25 de maio de 2008

Sugestão de Leitura - Quino, Toda a Mafalda






Quino
Autor de banda desenhada (BD), caricaturista e ilustrador argentino, Quino, pseudónimo de Joaquín Salvador Lavado, nasceu em Mendoza, Argentina, a 17 de Julho de 1932, sendo filho de imigrantes espanhóis originários de Fuengirola (Málaga).
Uma vez terminados os estudos em Belas-Artes, Quino tentou a sua sorte como desenhador na capital argentina, Buenos Aires, quando tinha 18 anos. Não conseguindo trabalho, regressou a casa e fez diversos cartazes publicitários nos seus primeiros anos de trabalho, até que se mudou para Buenos Aires, em 1954, onde o seu trabalho acabaria por, a pouco e pouco, ser devidamente reconhecido.
Começou a trabalhar como ilustrador para títulos tão diversos como Avivato, Esto Es, Que, Siete Dias, Tia Vicenta, Vea y Lea, entre outros, fazendo abundante número de caricaturas.
Nos seus primeiros trabalhos nota-se que sofreu influências plásticas de Walt Disney e do argentino Guillermo Divito.
Mundo Quino, título do seu primeiro livro, foi editado em 1963. Em 1964 surgiu a sua personagem emblemática, Mafalda, a contestatária, série de banda desenhada publicada nos jornais em tiras (curta sequência de quadradinhos), que inicialmente tinha sido imaginada para uma campanha publicitária a electrodomésticos e que, entretanto, acabou por ser recusada.
Inicialmente, Mafalda foi publicada no suplemento de humor da revista Leoplán, com três tiras, passando a surgir regularmente em Primera Plana (1964), depois no El Mundo (1965) e finalmente no Siete Dias (1967), terminando em 1973, apesar do grande sucesso alcançado em diversos países. Esta decisão prendeu-se com o desejo do autor de se dedicar inteiramente ao desenho de humor, à caricatura, por um lado, e de não cair na sempre dificilmente inevitável armadilha da repetição de ideias.
As popularidade e actualidade da Mafalda continuam, apesar da BD desta personagem ter terminado há décadas. Para além disso, está associada a séries de desenhos animados e a diversos produtos derivados.
A obra de Quino é muito vasta, encontrando-se editada nas principais línguas.
Os seus Cartoons, aparentemente tão simples, retratam como poucos os inacreditáveis meandros da burocracia, a sempre surpreendente estupidez humana, a prepotência dos mais fortes sobre os mais fracos, entre outras célebres evocações que são recorrentes da sua obra, marcada por um humor e um grafismo sem igual.
O autor, que em Portugal tem um grande número de livros editados pela Dom Quixote, Bertrand e Teorema, já se deslocou ao nosso país para encontros com os jornalistas e os leitores portugueses em 2001 e em 2003.
*
Foi distinguido várias vezes, destacando-se: o Troféu Palma de Ouro do Salão Internacional de Humorismo de Bordighera (1978), "Desenhista do Ano" a nível mundial (1982), o Prémio B' nai B' rith Derechos Humanos (1998) e o Prémio Quevedos de Humor Gráfico (2001).
*
Quino. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2008.

22 de maio de 2008

Poesia Jovem

Quando te vejo passar
Fico calada a pensar
O quanto te vou amar
Quando ficar
Presa ao teu olhar
****
Quando me vou deitar
Olho para o luar
E deixo-me levar
Por pensar
Que o teu olhar
É lindo como o mar
E querido como o luar
***
Nesses teus olhos verdes
Eu quero sonhar
Para quando acordar
Pensar no teu olhar
Que me faz vibrar
Quando te vejo passar
E que me deixa louca
Para te beijar
***
Quando olho para ti
Penso no que já sofri
Mas mesmo assim
Ainda fico
Mais louca por ti.

Ana Isabel Costa , 9º A

(Imagem retirada da net, via Google)


19 de maio de 2008

Prémio Literário FNAC/Teorema



QUER VER O SEU LIVRO EDITADO?


Regulamento do Prémio Literário FNAC/Teorema 2008


1 - Âmbito e aplicação
• Ao Prémio Literário FNAC/Teorema 2008 podem concorrer todas as obras
inéditas de autores que não possuam qualquer obra de ficção publicada, seja
romance ou colectânea de contos.


2 - Formato dos trabalhos
• Cada trabalho deve ter entre 150 e 200 páginas em formato A4, 1800
caracteres por página, impressas a duplo espaço entre linhas e encadernadas.
• Devem ser entregues 5 exemplares do manuscrito, acompanhados do nome e
contacto telefónico e, se possível, electrónico (não são aceites pseudónimos)


3 - Prémio
• O prémio consiste na publicação da obra vencedora pela Editorial Teorema,
reservando-se, no entanto, o direito de o mesmo não ser atribuído, caso se
conclua não existir o nível de qualidade mínima exigido pelo júri.
• O premiado aceita como condição a celebração de um contrato de utilização da
obra nos termos do artigo 41º do Código do Direito de Autor e dos Direitos
Conexos.


4 - Entrega dos textos
• Os trabalhos devem ser enviados com aviso de recepção para a seguinte
morada:
Prémio Literário FNAC/Teorema
Acção Cultural Fnac
Rua Professor Carlos Alberto Mota Pinto, n.º 9 - 6 B
1070 - 374 Lisboa


Prazo limite para recepção dos trabalhos: dia 31 de Maio de 2008.


5 - Obra a premiar
• Será premiado o melhor texto;
• O vencedor será contactado telefonicamente em Julho de 2008;
• O nome do vencedor assim como o título da obra será afixado nos espaços
Fnac, no site www.fnac.pt e divulgado na imprensa.


6 - Não-devolução das obras
Nenhuma das obras concorrentes a este prémio será devolvida e serão todas
destruídas num prazo máximo de 15 dias após o anúncio do vencedor.


7- O facto de concorrer implica a aceitação do regulamento na sua
totalidade.



16 de maio de 2008

Poesia Jovem

Edward Munch (1863-1944), O Grito

Silêncio murmurante
Rogas por mim
Mas perante ti
Somos iguais
Dois irmãos banais
Não de sangue mas sim de cruz
Levar o silêncio aos silenciados
Essa tua e minha cruz
Debruça-te para mim, meu irmão,
Minha gritante Luz.

8ºA - Manuel Cruz Bucho

14 de maio de 2008

PLANO NACIONAL DE LEITURA - Semana da Leitura


Biblioteca sem sono - uma noite bem passada


Para a comemoração do Dia Mundial do Livro, a Biblioteca Municipal de Ponte de Sor, no passado dia 24 para 25 de Abril 08, realizou a noite da “Biblioteca sem Sono”. O evento teve música, poesia, livros, teatro e outras artes.
No âmbito do Plano Nacional de Leitura, os nossos alunos do 7º ano não deixaram de participar fazendo uma pequena exposição com trabalhos alusivos à data e um pequeno espectáculo de leitura de poemas relacionados com este tema.

OPINIÕES dos participantes:

“Gostei muito desta experiência. Foi divertido trabalhar com colegas de outras turmas. Espero que ocorram mais iniciativas destas e que nelas possa participar.”
Margarida Figueira, 7ºA

“Eu gostei muito porque estava lá muita gente e lemos todos muito bem.”
José Dias, 7ºA

“Foi muito divertido, adorei! Participei em diversas actividades muito interessantes. Foi muito engraçado.”
Patrícia Matos, 7ºA

“Gostei muito de ir à Biblioteca apresentar a leitura dos poemas. Muitas pessoas pensam que ler poemas é uma seca, mas não! Nós lemos os poemas de uma forma muito divertida. Gostei especialmente do poema “Os Vampiros”.
Dulce Prates, 7º C

“Eu gostei de ir à Biblioteca Sem Sono porque foi muito engraçado e divertimo-nos imenso. Interpretámos os poemas de forma engraçada (rap, canção, linguagem gestual…). Também houve outras actividades e gostei de ver as pessoas a mostrarem o seu talento.”
Camila Souza, 7ºC

“Gostei muito de participar no evento da “Biblioteca sem Sono” na Biblioteca Municipal. Achei giro o espectáculo que a nossa escola fez com os poemas e canções do 25 de Abril.”
Leonor Santos, 7ºB

“Eu gostei muito de participar na “Biblioteca sem Sono” porque foi uma forma interessante de comemorar o 25 de Abril. Apercebi-me do modo como se vivia no tempo de Salazar. Também gostei da experiência de quase fazer uma “directa”.”
Francisco Coelho, 7ºB

“Eu adorei participar, pois foi muito divertido e interessante. Acho que deviam organizar mais actividades como esta e devíamos repetir para o próximo ano lectivo. Eu lá estarei!”
Dália Silvestre, 7ºB

Actividade coordenada pelas docentes: Sérgia Bettencourt e Emília Narciso

12 de maio de 2008

Sugestão de Leitura - Anne Frank

ANNE FRANK
Jovem judia universalmente conhecida pelo diário que escreveu durante o período da perseguição nazi[ Frankfurt , 1929 - Bergen-Belsen, 1945 ]

Anne Frank relata, no seu diário, os dois anos que, para fugir à perseguição anti-semita, viveu refugiada com a sua família e alguns amigos nas águas-furtadas de um edifício de Amesterdão, durante os quais desponta para o amor e revela uma profunda sensibilidade muito superior àquela que seria natural possuir na sua idade.
Devido a uma denúncia, ela e a sua família acabariam por ser descobertas. Levada para o campo de concentração de Bergen-Belsen, torna-se numa das sete milhões de vítimas do holocausto. O seu diário, encontrado depois do final da guerra, foi traduzido para inúmeras línguas, transformando-se num «best-seller» e tornando esta jovem num símbolo da causa judaica.
É, ainda, autora do livro Contos, onde revela, para além de um enorme desejo de paz, uma profunda esperança na Humanidade. As águas-furtadas onde Anne Frank viveu durante os dois anos de refúgio, recebem, diariamente, milhares de pessoas, tendo-se transformado num dos locais mais visitados da cidade de Amesterdão.

Edições em português
Diário de Anne Frank, Lisboa, Livros do Brasil

Páginas web recomendadas
Anne Frank

in O LEME

As amoras

(Imagem retirada da net, via Google)

As Amoras
O meu país sabe a amoras bravas
no verão.
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.

Eugénio de Andrade, O Outro Nome da Terra

8 de maio de 2008

"Música como comunicação" - apresentação do projecto



Entre os dias 1 e 14 de Abril 08, das 16h às 18h, decorreu na Escola Secundária de Ponte de Sor, dirigido aos alunos do Ensino Básico, o projecto MÚSICA COMO COMUNICAÇÃO, sob a orientação de Alexander Tzarich, director artístico do Festival de Novisad. Este projecto consistiu num laboratório de artes cénicas, onde foram construídos instrumentos musicais a partir de materiais recicláveis. O objectivo final seria a realização de um Espectáculo Itinerante ao ar livre de música e movimento cénico, durante as festas da Cidade, no dia 7 de Julho 2008. No entanto, Alexander Tzarich não quis terminar o laboratório sem antes dar a conhecer à Comunidade Escolar o trabalho desenvolvido ao longo destas duas semanas, o qual contou, não só com a participação dos alunos inscritos no projecto, mas também os alunos músicos da Banda das Galveias e os músicos da Orquestra de Harmónicas. Assim, na noite de 11 de Abril, no Cine-Teatro de Ponte de Sor, pudemos assistir a um espectáculo muito interessante, onde a mistura de instrumentos convencionais e instrumentos reciclados produziu um concerto que primou pela diferença e originalidade.

OPINIÕES dos participantes:

“ Gostei muito da nossa actuação no Cine-Teatro sobre a Música “com lixo”. O nosso professor sérvio Alexander era muito simpático e engraçado. Tinha muita imaginação para fazer música. Tocámos todos muito bem!”
Mónica Lanzinha, 7º A

“Quando participámos no laboratório de música, pensámos que, ao início, ia ser um pouco aborrecido. Depois de já termos ido alguns dias, percebemos que até ia ser divertido e interessante. Tocámos instrumentos de lixo reciclado. Fizemos um espectáculo que correu muito bem.”
Margarida Lobato / Patrícia Feijão, 7ºA

“ Eu achei o projecto da música muito engraçado e gostei muito do que se passou nos ensaios. O senhor Alexander criou músicas muito giras com o grupo e nós entendemo-lo bem. Os instrumentos dele eram originais e ele tocava-os muito bem.”
Márcia Rodrigues, 7ºA

“ Eu gostei de ir à Música Como Comunicação, porque até mesmo quem não sabia tocar nenhum instrumento, poderia tocar bem qualquer instrumento reciclado. Nos ensaios era muito engraçado, pois fazíamos aquecimentos divertidos. Foi muito giro.”
Camila Souza, 7ºC

“Gostei muito de participar, porque as músicas são inventadas por nós. Mesmo quando faltavam alguns alunos, o Alexander conseguia sempre arranjar uma maneira de fazer músicas.”
João Vieira, 7ºC

“Achei muito interessante porque utilizámos vários materiais para fazer os mais diversos instrumentos que se possam imaginar. Acho que fizemos um bom trabalho e um bom espectáculo. Gostei de trabalhar com a Banda das Galveias.”
Ignácio Pranto, 7ºC

“Eu adorei participar neste projecto, porque adorei os ensaios! Aprendi como é que de um garrafão se faz um reco-reco e que as garrafas produzem sons fantásticos. O senhor Alexander era muito engraçado, os ensaios eram relaxantes e eu sentia-me sempre bem.”
Rita Miranda, 7ºC

“Gostei bastante de trabalhar com o Alexander, pois os ensaios eram divertidos e, ao mesmo tempo, estávamos a criar músicas. O Alexander é espectacular porque consegue fazer música com tudo e adorei a ideia de juntar instrumentos recicláveis com os instrumentos da Banda. O espectáculo correu bem, mas no Verão vai ser melhor!”
Hugo Martins, 8ºB


Projecto coordenado pelas docentes: Sérgia Bettencourt e Idalina Lourenço

6 de maio de 2008

Poesia Jovem

René Magritte, Les Amants

Num dia de sol ardente
Sorriste para mim
Senti um arrepio
De que nunca me esqueci.

Ó coração bate, bate
Bate, bate sem parar
Mas eu sei que lá no fundo,
Amar é perdoar.

Na vida tudo se aprende
E tudo fica por saber
Mas amar é uma coisa
Que se aprende sem esquecer.


Inês Oliveira, 9ºA

4 de maio de 2008

Poema à mãe

Pablo Picasso, Madre

POEMA À MÃE

No mais fundo de ti
Eu sei que te traí, mãe.

Tudo porque já não sou
O menino adormecido
No fundo dos teus olhos.

Tudo porque ignoras
Que há leitos onde o frio não se demora
E noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
São duras, mãe,
E o nosso amor é infeliz.
Tudo porque perdi as rosas brancas
Que apertava junto ao coração
No retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
Talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
Que todo o meu corpo cresceu,
E até o meu coração
Ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me?
-Às vezes ainda sou o menino
Que adormeceu nos teus olhos;

Ainda aperto contra o coração
Rosas tão brancas
Como as que tens na moldura;

Ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
No meio do laranjal...

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
E todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
Dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade, Os Amantes sem Dinheiro

1 de maio de 2008

1º de Maio - O Dia do Trabalhador

A todos
Que saíram às ruas
De corpo-máquina cansado,
A todos
Que imploram feriado
Às costas que a terra extenua

–Primeiro de Maio!
Meu mundo, em primaveras,
Derrete a neve com sol gaio.
*
Sou operário
–Este é o meu Maio!
Sou camponês
- Este é o meu mês.
Sou ferro
–Eis o Maio que eu quero!
Sou terra
–O Maio é minha era!
"Meu Maio", de Vladimir Maiakovski

Vladimir Maiakóvski nasceu na Geórgia em 1893. Um dos principais nomes do modernismo russo, ele muitas vezes é agrupado entre os futuristas de seu país, que contou com uma grande efervescência literária e artística nas duas primeiras décadas do século passado, com poéticas tão diversas quanto a de Maiakóvski, Sergei Iessiênin, Marina Tsvetáeva, Ana Akhmátova, Ossip Mandelshtam ou Boris Pasternak. Cometeu suicídio em 1930.

(in Revistamododeusar.blogspot.com)