7 de novembro de 2010

Almeida GARRETT - poesia lírica





A brisa vaga no prado,  
Perfume nem voz não tem; 
Quem canta é o ramo agitado, 
O aroma é da flor que vem. 

 
A mim, tornem-me essas flores 
Que uma a uma vi murchar,  
Restituam-me os verdores 
Aos ramos que eu vi secar... 

 
E em torrentes de harmonia 
Minha alma se exalará,  
Esta alma que muda e fria 
Nem sabe se existe já. 

Almeida Garrett

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