28 de julho de 2010

AUSÊNCIA...© Sophia de Mello Breyner Andresen



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Me desculpem a ausência ao blogue.

Problemas técnicos insistem em me dificultar acesso à internet...
Mas quando consigo, ah! que alegria me dá!
Desejo que tenham boas férias de verão!
Beijos da Helô


24 de julho de 2010

Estás Vivo!


A vida é tão simples. Tão igual para todos. Não há pessoas diferentes, não há heróis nem famosos que se distingam dos pobres e imperceptíveis. Todos erramos. Todos sofremos. Todos temos uma vida nas mãos. O maior peso e responsabilidade que nos deram logo no primeiro sopro. Depende sim de nós cuidar de cada pedaço que nos foi concebido. Dar sabor à vida, cor e sentido. Não basta carrega-la as costas e suportar uma tonelada de mal entendidos. O corpo é tão frágil. O coração é tão sensível. Assume que erraste, chora e sofre. Aprende a perdoar na altura certa, acredita, a altura certa existe. Quando a dor que sentes é tão grande e insuportável que a queres arrancar de ti a todo o custo. O momento certo é quando precisas de te sentir bem. Se perdoaste e não o devias ter feito, deixa, a vida encarregar-se-á de to mostrar. Tudo acontece por uma razão. A razão da pura existência de ser humanos que se auto mutilam com actos irresponsáveis e mal pensados. Não és mais fraco porque cedeste, porque acreditaste. Se não acreditares a vida deixa de fazer sentido. Se depois de sofreres, voltaste a sofrer, não te arrependas do sim em vez do não. Fazemos tudo em função do nosso bem-estar. Por vezes deveríamos usar muito mais a cabeça, evitando o sofrimento. Mas muitas vezes a cabeça apodera-se do sentimento. Sentes que não merecias, talvez tenhas razão, mas mesmo assim perdoaram-te. Dá valor aos que te seguram a mão e te mostram o caminho certo. Se optares pelo errado, mais tarde saberás. A decisão é tua. Os outros falam, os outros pensam, mas és tu que sentes. Quando és tu que choras, quando és tu que te debruças sobre uma cama procurando solução. As soluções surgem sempre, por mais difíceis ou inconscientes. O que importa é que tudo tem explicação. Sabes ouvi-la? Escuta a vida, ela fala contigo todos os dias. Todos os dias aprendes. Veste a roupa que tanto gostas e bota o perfume mais caro que guardaste para aquele dia. Vai à luta, mesmo que tropeces ou te magoes. Se não arriscares nunca saberás. Amanhã nada te garante que o teu sopro de vida não acabará. Sai de casa, bebe um shot, diz aos teus melhores amigos que os adoras, diz aquele que te completa o quanto o amas, agradece aos teus pais, bate palmas e salta. Estás vivo.
Creta, Kato Gouves, 2008

Autora: Adriana Lopes

11 de julho de 2010

Leitura Crítica

Inês Pedrosa e os homens

Não é hábito meu fazer criticas publicamente a livros, pelo simples facto de não me achar com competências para tal. No entanto, dar a minha opinião fundamentada não me parece de mau gosto.
Comprei um livro da Inês Pedrosa chamado Íntimos. Não conheço o trabalho da autora, mas o nome dela remeteu-me imediatamente para a Margarida Rebelo Pinto. A sinopse do livro falava sobre a visão dos homens em relação às mulheres e tudo bem, eu aceitei e achei, inclusivamente, que poderia ser interessante. Não só por nos dar a conhecer o ponto de vista dos homens, mas também por nos dar a conhecer o ponto de vista dos homens através de uma mulher. Eu devia saber, logo à partida, que isso era biologicamente impossível, que o sentido feminista de uma mulher é sempre irreversível, tanto mais quando a mesma se tenta afastar dele. Enfim, por alguma razão eu deixei-me inebriar pelo que li e pelo que vi. A capa do livro desperta qualquer coisa de sensual e eu que já devia saber que não se julga um livro pela capa. A Emma Bovary era bem mais sensual que todas as palavras da tal Inês Pedrosa, e no entanto esse clássico do Flaubert tem tudo menos uma capa sensual...
Entretanto, para não me dispersar, li o livro de um dia para o outro, o que permite que compreendam a nula complexidade da narrativa. A história não é envolvente, é só um seguimento de palavras que ficam bem umas com as outras, numa visão extremamente feminista e irreal daquilo que os homens de facto pensam (não é que eu saiba o que é que pensam, mas não é certamente aquilo). 
Voltando à Margarida Rebelo Pinto, da qual li várias obras no auge dos meus catorze anos, posso-vos garantir que não podia estar mais certa quando a associei à Inês Pedrosa. Generalizando e falando de ambas como um ser só (porque afinal a escrita delas encontra-se ao mesmo nível), o que eu posso concluir é que o objectivo dos livros é única e exclusivamente dizer às mulheres aquilo que elas querem ouvir. É assassinar o vocabulário para desperdiça-lo em lógicas básicas, captando o mais primitivo do pensamento de uma mulher. Se era suposto ser dramático e sensual, não é. É todo um facilitismo de relações, os sentimentos complexos de que as personagens sofrem não coincidem com a forma mundana com que lidam com eles. A sensação com que fico é que os sentimentos e as acções são duas coisas distintas, como por exemplo um pinguim e um bule de chá.
Basicamente, para mim acabou-se Inês Pedrosa, os "Íntimos" dela não me encheram as medidas e entre nós houve apenas um olá muito sumido, por uma questão de boa educação. 
Sara Raminhos