25 de fevereiro de 2009

Cora Coralina



Quando eu era menina
bem pequena,
em nossa casa,
certos dias da semana
se fazia um bolo,
assado na panela
com um testo de borralho em cima.

Era um bolo econômico,
como tudo, antigamente.
Pesado, grosso, pastoso.
(Por sinal que muito ruim.)

Eu era menina em crescimento.
Gulosa,
abria os olhos para aquele bolo
que me parecia tão bom
e tão gostoso.

A gente mandona lá de casa
cortava aquele bolo
com importância.
Com atenção. Seriamente.
Eu presente.
Com vontade de comer o bolo todo.

Era só olhos e boca e desejo
daquele bolo inteiro.
Minha irmã mais velha
governava. Regrava.
Me dava uma fatia,
tão fina, tão delgada...
E fatias iguais às outras manas.
E que ninguém pedisse mais!
E o bolo inteiro,
quase intangível,
se guardava bem guardado,
com cuidado,
num armário, alto, fechado,
impossível.

Era aquilo, uma coisa de respeito.
Não pra ser comido
assim, sem mais nem menos.
Destinava-se às visitas da noite,
certas ou imprevistas.
Detestadas da meninada.

Criança, no meu tempo de criança,
não valia mesmo nada.
A gente grande da casa
usava e abusava
de pretensos direitos
de educação.

Por dá-cá-aquela-palha,
ralhos e beliscão.
Palmatória e chineladas
não faltavam.
Quando não,
sentada no canto de castigo
fazendo trancinhas,
amarrando abrolhos.
"Tomando propósito".
Expressão muito corrente e pedagógica.

Aquela gente antiga,
passadiça, era assim:
severa, ralhadeira.

Não poupava as crianças.
Mas, as visitas...
- Valha-me Deus !...
As visitas...
Como eram queridas,
recebidas, estimadas,
conceituadas, agradadas !

Era gente superenjoada.
Solene, empertigada.
De velhas conversar
que davam sono.
Antiguidades...

Até os nomes, que não se percam:
D. Aninha com Seu Quinquim.
D. Milécia, sempre às voltas
com receitas de bolo, assuntos
de licores e pudins.
D. Benedita com sua filha Lili.
D. Benedita - alta, magrinha.
Lili - baixota, gordinha.
Puxava de uma perna e fazia crochê.
E, diziam dela línguas viperinas:
"- Lili é a bengala de D. Benedita".
Mestre Quina, D. Luisalves,
Saninha de Bili, Sá Mônica.
Gente do Cônego Padre Pio.

D. Joaquina Amâncio...
Dessa então me lembro bem.
Era amiga do peito de minha bisavó.
Aparecia em nossa casa
quando o relógio dos frades
tinha já marcado 9 horas
e a corneta do quartel, tocado silêncio.
E só se ia quando o galo cantava.

O pessoal da casa,
como era de bom-tom,
se revezava fazendo sala.
Rendidos de sono, davam o fora.
No fim, só ficava mesmo, firme,
minha bisavó.

D. Joaquina era uma velha
grossa, rombuda, aparatosa.
Esquisita.
Demorona.
Cega de um olho.
Gostava de flores e de vestido novo.
Tinha seu dinheiro de contado.
Grossas contas de ouro
no pescoço.

Anéis pelos dedos.
Bichas nas orelhas.
Pitava na palha.
Cheirava rapé.
E era de Paracatu.
O sobrinho que a acompanhava,
enquanto a tia conversava
contando "causos" infindáveis,
dormia estirado
no banco da varanda.
Eu fazia força de ficar acordada
esperando a descida certa
do bolo
encerrado no armário alto.
E quando este aparecia,
vencida pelo sono já dormia.
E sonhava com o imenso armário
cheio de grandes bolos
ao meu alcance.

De manhã cedo
quando acordava,
estremunhada,
com a boca amarga,
- ai de mim -
via com tristeza,
sobre a mesa:
xícaras sujas de café,
pontas queimadas de cigarro.
O prato vazio, onde esteve o bolo,
e um cheiro enjoado de rapé.







Casa de Cora Coralina

Postado por tbordignon@bol.com.br

19 de fevereiro de 2009

Machado de Assis

a
a
a

Um Apólogo

Machado Assis


Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de
linha:

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?

— Deixe-me, senhora.

— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

— Mas você é orgulhosa.

— Decerto que sou.

— Mas por quê?

— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?

— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?

— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...

— Também os batedores vão adiante do imperador.

— Você é imperador?

— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:

— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:

— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:

— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!


"Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.



postado por tbordignon@bol.com.br

14 de fevereiro de 2009

Literatura Angolana


Se há algo de positivo a retirar por parte dos povos africanos de alguns séculos de colonização, será certamente a língua herdada dos povos colonizadores. Esta acaba por contribuir para uma determinada unidade quer cultural quer nacional, unidade essa de países formados, digamos mesmo a régua e esquadro, por ditames europeus e motivada superiormente por interesses económicos, não tendo em conta, bem entendido, as realidades sociais, geográficas, tribais e muitas outras. Assim se explica uma afirmação de um grande escritor angolano, e um escritor conceituado da lusofonia, ainda que, bem entendido, com um peso irónico. Dizia ele: “A língua portuguesa é o nosso espólio de guerra”.

E é através da assimilação, processo que durou séculos, lembremo-nos que a época colonial se estendeu do século XVI ao XX, que se foi criando o que agora se chama literaturas africanas de expressão europeia.

A literatura tradicional era passada por via oral. As crenças, cultura, histórias eram por esse processo que se transmitiam.

Se bem que os primeiros textos já com contornos literários remontam, no caso de Angola, ao século XVII, da autoria de António Dias Macedo, é já na primeira metade do século XIX que é editado (em 1849) o primeiro livro de poemas de um escritor angolano, José da Silva Maia Ferreira, um mestiço de Benguela. Embora alguns críticos digam que esta obra não tem ainda a sensibilidade angolana devido à assimilação cultural europeia.

É na segunda metade do século XIX, que aparece uma elite angolana, uma pequena burguesia bastante culta, e se criam os primeiros jornais.

Segundo Henrique Guerra, escritor, ensaísta e investigador angolano, a publicação do Boletim Oficial, em 1845, reveste-se de importância no aparecimento do jornalismo e da literatura e criando condições para o seu desenvolvimento. Destaca-se, nesta época, Alfredo Trony, um bacharel em direito natural de Coimbra, autor do romance “Nga Muturi”. Aparecem também jornais africanos, onde jornalistas angolanos denunciam a política de opressão de que Angola é vítima. Lutam por escolas, pela dignidade e pelo respeito pela educação, liberdade de associação e pela fundação de centros de cultura africanos, destacando-se, entre outros, os escritores Cordeiro da Matta e Pedro Félix Machado. Aquele defende a necessidade de Angola ter uma literatura própria.

Reportando-nos novamente a Henrique Guerra “à medida que a sociedade colonial se estrutura, portanto, aquela “pequena burguesia” vai definhando, ao mesmo tempo que se aniquilam as estruturas e as culturas nacionais angolanas”.

“Curioso também é reparar que à medida que os seus jornais vão sendo fechados pela repressão colonial, o movimento intelectual africano se vai organizando em associações culturais, adaptando-se às circunstâncias, para depois ressurgir na época dos anos 30-40”.

Entre 1900 e pouco depois de 1910 aparece-nos a geração de “Luz e Crença” e de “Uma voz de Angola clamando no deserto”. Este último é uma obra colectiva, publicada sob anonimato, “por razões que a repressão então justificava”, datada de 1901. É a intervenção de onze intelectuais angolanos contra um artigo publicado no então único jornal existente, a “Gazeta de Loanda”. Um artigo intitulado “contra a Lei, pela Grey” em que se defendia a subalternidade do homem negro em relação ao branco, negando ao negro o direito de fazer parte da humanidade. Este livro contém já os antecedentes nacionalistas que iriam levar à luta armada pela independência.

Desde então e até 1940 assistimos a um período de “ quase não-literatura”, no entender de Henrique Guerra. Aparece-nos António de Assis júnior, o grande representante desta época, que nos deixou “O segredo da morta” (romance de costumes angolenses) e “O relato dos Acontecimentos de Dala Tando”. Sobre Assis Júnior diz Manuel Ferreira “muito longe do apuramento literário de Alfredo Trony ou Pedro Félix Machado, cuida pelo menos de abandonar a visão colonialista, furtando-se à influência poderosa do romance colonial da época, e procede à construção de personagens e ambientes movimentados nas estruturas sociais e económicas de Angola”. Assis júnior nasceu em 1877 e morreu em Lisboa (no exílio) em 1960.

Na década de 40 do século XX a literatura angolana ressurge, através de jornais como “O Farolim” e o escritor Castro Soromenho.

***

A literatura tradicional africana, oral, já foi alvo de recolhas. Segundo Henrique Guerra, um dos que se dedicou a essa investigação, “a literatura tradicional pode ser aproveitada para a criação de uma literatura infantil angolense”. “… eis um elemento que a torna aproveitável para literatura infantil, o de ensinar e educar recreando, o de moldar espíritos através da actividade lúdica, e ainda outro aspecto, a superação do real através do mítico, num jogo que a criança entende e aceita”.

Guerra considera mesmo que a “reinvenção da tradição literária dos povos africanos de Angola – ORATURA – é sem dúvida um dos vectores de desenvolvimento da moderna literatura angolense, em busca constante de uma identificação e personalidade cultural”.

Henrique Guerra nasceu em Luanda em 1937, é engenheiro civil e foi professor na Faculdade de Engenharia da Universidade Agostinho Neto. Pertence à geração da “Cultura”, assim conhecida devido àquela publicação literária dos anos 50/60 e colaborou com a “Mensagem”, da Casa dos Estudantes do Império, dois momentos importantes na evolução e afirmação da literatura angolana. Algumas das suas obras: “Trés histórias populares” (ficção narrativa, 1960); “A cubata solitária” (contos, 1962); “Quando me acontece poesia (poesia, 1976); “O círculo de giz de Bombó” 8teatro, 1979), ou “Angola – Estrutura económica e classes sociais” (ensaio, 1975).

As histórias da oralidade, passadas à escrita por, por exemplo e além de Henrique Guerra, Óscar Ribas, padre Carlos Estermann ou Héli Chatelain, são muitas vezes oriundas de contos portugueses reformulados e africanizados. Das histórias antigas, originárias de África, podem-se encontrar, Guerra encontrou, várias versões em locais diferentes. Muitas histórias podem ser ainda reminiscências do tempo da escravatura.

É um trabalho meritório este de recuperar histórias da tradição oral, mas, infelizmente, e ainda segundo o investigador angolano que temos vindo a citar, muitas ter-se-ão perdido. Se há algo de positivo a retirar por parte dos povos africanos de alguns séculos de colonização, será certamente a língua herdada dos povos colonizadores. Esta acaba por contribuir para uma determinada unidade quer cultural quer nacional, unidade essa de países formados, digamos mesmo a régua e esquadro, por ditames europeus e motivada superiormente por interesses económicos, não tendo em conta, bem entendido, as realidades sociais, geográficas, tribais e muitas outras. Assim se explica uma afirmação de um grande escritor angolano, e um escritor conceituado da lusofonia, ainda que, bem entendido, com um peso irónico. Dizia ele: “A língua portuguesa é o nosso espólio de guerra”.

E é através da assimilação, processo que durou séculos, lembremo-nos que a época colonial se estendeu do século XVI ao XX, que se foi criando o que agora se chama literaturas africanas de expressão europeia.

A literatura tradicional era passada por via oral. As crenças, cultura, histórias eram por esse processo que se transmitiam.

Se bem que os primeiros textos já com contornos literários remontam, no caso de Angola, ao século XVII, da autoria de António Dias Macedo, é já na primeira metade do século XIX que é editado (em 1849) o primeiro livro de poemas de um escritor angolano, José da Silva Maia Ferreira, um mestiço de Benguela. Embora alguns críticos digam que esta obra não tem ainda a sensibilidade angolana devido à assimilação cultural europeia.

É na segunda metade do século XIX, que aparece uma elite angolana, uma pequena burguesia bastante culta, e se criam os primeiros jornais.

Segundo Henrique Guerra, escritor, ensaísta e investigador angolano, a publicação do Boletim Oficial, em 1845, reveste-se de importância no aparecimento do jornalismo e da literatura e criando condições para o seu desenvolvimento. Destaca-se, nesta época, Alfredo Trony, um bacharel em direito natural de Coimbra, autor do romance “Nga Muturi”. Aparecem também jornais africanos, onde jornalistas angolanos denunciam a política de opressão de que Angola é vítima. Lutam por escolas, pela dignidade e pelo respeito pela educação, liberdade de associação e pela fundação de centros de cultura africanos, destacando-se, entre outros, os escritores Cordeiro da Matta e Pedro Félix Machado. Aquele defende a necessidade de Angola ter uma literatura própria.

Reportando-nos novamente a Henrique Guerra “à medida que a sociedade colonial se estrutura, portanto, aquela “pequena burguesia” vai definhando, ao mesmo tempo que se aniquilam as estruturas e as culturas nacionais angolanas”.

“Curioso também é reparar que à medida que os seus jornais vão sendo fechados pela repressão colonial, o movimento intelectual africano se vai organizando em associações culturais, adaptando-se às circunstâncias, para depois ressurgir na época dos anos 30-40”.

Entre 1900 e pouco depois de 1910 aparece-nos a geração de “Luz e Crença” e de “Uma voz de Angola clamando no deserto”. Este último é uma obra colectiva, publicada sob anonimato, “por razões que a repressão então justificava”, datada de 1901. É a intervenção de onze intelectuais angolanos contra um artigo publicado no então único jornal existente, a “Gazeta de Loanda”. Um artigo intitulado “contra a Lei, pela Grey” em que se defendia a subalternidade do homem negro em relação ao branco, negando ao negro o direito de fazer parte da humanidade. Este livro contém já os antecedentes nacionalistas que iriam levar à luta armada pela independência.

Desde então e até 1940 assistimos a um período de “ quase não-literatura”, no entender de Henrique Guerra. Aparece-nos António de Assis júnior, o grande representante desta época, que nos deixou “O segredo da morta” (romance de costumes angolenses) e “O relato dos Acontecimentos de Dala Tando”. Sobre Assis Júnior diz Manuel Ferreira “muito longe do apuramento literário de Alfredo Trony ou Pedro Félix Machado, cuida pelo menos de abandonar a visão colonialista, furtando-se à influência poderosa do romance colonial da época, e procede à construção de personagens e ambientes movimentados nas estruturas sociais e económicas de Angola”. Assis júnior nasceu em 1877 e morreu em Lisboa (no exílio) em 1960.

Na década de 40 do século XX a literatura angolana ressurge, através de jornais como “O Farolim” e o escritor Castro Soromenho.


Colaboração de:

ALEXANDRE CAMPOS

http://www.uea-angola.org/

13 de fevereiro de 2009

Dia 23 - Teatro Cinema de Ponte de Sor - Espectáculo "Instabilidade Criativa"



Venham ver o nosso espectáculo! Não faltem!
Temos a certeza de que não irão arrepender-se!
Contamos convosco!

7 de fevereiro de 2009

Português do Brasil



ADJETIVOS PÁTRIOS DOS ESTADOS BRASILEIROS

Acre – acreano
Alagoas – alagoano

Amapá – amapaense
Amazonas – amazonense ou bajé
Bahia – baiano
Brasília – brasiliense

Ceará – cearense

Espírito Santo – espírito-santense ou capixaba

Goiás – goiano

Maranhão – maranhense

Mato Grosso – mato-grossense
Mato Grosso do Sul – mato-grossense-do-sul

Pará – paraense
Paraíba – paraibano

Paraná – paranaense

Pernambuco – pernambucano
Piauí – piauiense
Rio de Janeiro (Estado) – fluminense

Rio Grande do Norte – rio-grandense-do-norte ou norte-rio-grandense ou potiguar

Rio Grande do Sul – rio-grandense-do-sul ou sul-rio-grandense ou gaúcho

Rondônia – rondoniano
Roraima – roraimense

Santa Catarina – catarinense ou catarineta ou barriga-verde

São Paulo (Estado) – paulista

Sergipe – sergipano






Os países que falam a Língua Portuguesa, Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Timor Leste acabam de oficializar uma reforma para unificar a Língua Portuguesa. Certamente cada um desses países tem falares, expressões únicas, as variantes regionais.

O Brasil tem grande pluralidade cultural e um território imenso, por isso seu Português é muito bonito e rico. Palavras de outras línguas foram incorporadas e não falta criatividade ao brasileiro para formar novas combinações com significados diversos. Existem palavras e expressões que são específicas de uma região. Fazem parte de publicações específicas: há o mineirês, o baianês., o gauchês... Aqui as variações lexicais são inúmera. Por exemplo, falar menino, moleque, guri e piá é dizer a mesma coisa, o uso depende da região em que se vive.

A respeito da Língua Portuguesa falada no Brasil, uma vez ouvi um europeu dizer: "Fiquei admirado, visitei o Brasil de Norte a Sul, seu tamanho é gigantesco e a Língua é a mesma em todo o território!" É isso mesmo, não há outra Língua Oficial. Entre brasileiros e portugueses, na fala coloquial, fica clara a preferência dos primeiros pelo uso do gerúndio ao infinitivo bem como dá próclise à ênclise. Os brasileiros dizem: "Eu estou trabalhando, então, por favor, me sirva um cafezinho! Falar assim deve doer dos ouvidos dos portugueses.

Você que fala Português e não é brasileiro saiba que no Brasil os nomes dos acidentes geográficos, montanhas e rios, os nomes de cidades, de plantas, de animais silvestres são a maioria nomes derivados da Língua Tupi-guarani. Minha cidade chama-se Alto Piquiri, porque no município corre o rio Piquiri. Piquiri é o nome de uma palmeira. Só na região onde moro há inúmeras cidades com nomes indígenas. Posso citar uma minoria: Xambrê, Goiô-Erê, Iporã, Umuarama, Maringá, Ivaté, Guairá, Foz do Iguaçu, Cascavel...



Entenda a Língua Portuguesa do Brasil aprendendo o Tupi-guarani


Linguagem popular dos Estados Brasileiros

Ouça falares brasileiros
Fluminense
Nortista
- (vários Estados brasileiros)



Músicas
Asa Branca - Luiz Gonzaga (Região Nordeste)
Florentina - Tiririca (Região Nordeste)
Futeboleiro - Carlinhos Brawn (da Bahia)
Menino da porteira - Tonico e Tinoco (falar caipira) (parte de Minas Gerais, São Paulo e Paraná)
Tempos de guri - Gaúcho da Fronteira (Rio Grande do Sul)





Falar gaúcho


(Os apresentadores do Jornal têm o falar carioca)





Dicionário de baianês









Variações Linguisticas




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