28 de dezembro de 2007

Sugestão de leitura - Plano Nacional de Leitura

capa da edição húngara


Memórias de Idhún ganha prémio!


A obra Memórias de Idhún foi distinguida no passado mês de Setembro, em Espanha, com o prémio Qwerty, de Barcelona TV, para a melhor obra juvenil. A autora, Laura Gallego García, não pôde estar presente na cerimónia de entrega dos prémios, mas agradeceu a distinção. Entretanto, o seu novo livro La Imperatriz de los Etéreos (A Imperatriz dos Etéreos), está prestes a ser editada em Espanha.
Sobre a autora
Laura Gallego García (Quart de Poblet, Valência, 11 de Outubro de 1977) começou a escrever aos 11 anos com uma amiga aquele que seria o seu primeiro livro não publicado. Aos 21 anos, enquanto frequentava o curso de Filologia Hispânica, escreveu Finis Mundi, ao qual foi atribuído o primeiro prémio do concurso Barco de Vapor da editora SM. Contudo, só mais tarde veio a conhecer o sucesso com Crónicas de la Torre.
Em 2004 iniciou a sua segunda trilogia, intitulada Memórias de Idhún, que veio a concluir em 2006, atingindo de imediato o topo das listas no universo dos livros mais vendidos. Pode dizer-se que com Memórias de Idhún, Laura Gallego García conquistou um lugar bem merecido no panorama actual dos mundos fantásticos.
Na sua narrativa, particularmente em Idhún, o tema amoroso é tão ou mais importante que o fantástico, facto que a diferencia claramente do modelo de Tolkien: as personagens expressam sem cessar os seus sentimentos, dúvidas, receios e decepções, e regra geral guiam-se mais por eles do que por outros conceitos como a honra ou o dever. Desta forma, a reflexão sobre si próprio ocupa mais espaço nos diálogos e nos pensamentos, facto favorecido pela decisão de empregar um apaixonado triângulo amoroso dentro do qual Victoria se sente irremediavelmente atraída por duas personagens opostas e incompatíveis.
Actualmente encontra-se a fazer o doutoramento sobre o romance de cavalaria Belianís de Grecia de Jerónimo Fernández, publicado em 1579.




21 de dezembro de 2007

Sabes?

Templo de Salomão
Se é um poema fraterno que pedis,
Arrancai-o de mim, escavando-lhe a raíz,
E plantai-o no vosso coração.

Nunca pegou nenhum? Tão infeliz

Era o terreno da plantação!

Miguel TORGA


Ex-aluno, escritor premiado


José Luís PEIXOTO

20 de dezembro de 2007

Feliz Natal

David Mourão-Ferreira (Lx, 1937-1996)
NATAL À BEIRA-RIO


É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?



David Mourão-Ferreira, Obra Poética 1948-1988
Lisboa, Editorial Presença, 1988

19 de dezembro de 2007

Prumo

Leonardo da VINCI

O sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp'rança e da vontade,
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte -
Os beijos merecidos da Verdade.
Fernando PESSOA

17 de dezembro de 2007

Lendo à Lareira...




Mistério da Estrada de Sintra



O Mistério da Estrada de Sintra é a primeira narrativa de cariz policial da literatura nacional.
A história começa com o sequestro de um médico - DR. TTT - e do seu amigo - F., um escritor. O rapto, realizado por quatro mascarados, ocorre na estrada de Sintra.
O Dr. TTT e o seu amigo são levados para uma misteriosa casa, onde se encontrava o cadáver do inglês Rytmel. Sabendo que um deles era médico, os raptores pretendiam verificar se, de facto, o homem estava morto. Entretanto, são surpreendidos pela entrada de um jovem - A.M.C., que viria a esclarecer todo o mistério.
Rytmel era, afinal, um oficial britânico que morreu vítima de uma dose excessiva de ópio que lhe dera a amante - Luisa, condessa de W., prima do mascarado alto. Esta desejava apenas adormecê-lo para confirmar nos seus papéis se ele era ou não casado com uma irlandesa.
Luísa era casada com um homem rico que não a fazia feliz. Conhecera Rytmel numa viagem que fizera com o marido e com o primo a Malta. Carmen disputara Rytmel com Luisa. Quando Rytmel anuncia a Luisa a sua vinda, esta suspeitando do seu casamento com Carmen, enciumada, mata-o involuntariamente.
A.M.C., estudante de Coimbra honesto e provinciano, ouviu as confidências da condessa e dispôs-se a ajudá-la na noite do falecimento de Rytmel, em que a encontrara desvairada e nervosa. Quando volta ao local do crime, a pedido de Luísa, encontra os bandidos, o médico e o seu amigo.
Todos juntos julgariam a atitude de Luísa e fariam o enterro do pobre inglês.
Luísa acaba por se isolar num convento.


[ CITI ]



9 de dezembro de 2007

Ouçamos Florbela Espanca


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

(Florbela Espanca, «Charneca em Flor», in Poesia Completa)

Viagem à Lua


Plano Nacional de Leitura

Livro recomendado para os 7º, 8º e 9º anos de escolaridade, destinado a leitura autónoma.



Cyrano de Bergerac (1619-1655), espadachim e aventureiro tornado célebre pela peça homónima de Edmond Rostand (1897), cuja vida inspirou Alexandre Dumas nos Três Mosqueteiros, é o autor deste extraordinário romance, na boa tradição francesa de Rabelais: a natureza do herói de aventuras maravilhosas que pertencem à fábula, é desacreditada pelo seu lado cómico, não deixando de interrogar com notável pertinência os grandes temas da actualidade, adverso da autoridade e do absolutismo, defensor da liberdade intelectual. Como verdadeiro racionalista, põe em causa a imortalidade da alma e a Providência, os dogmas da Génese, a existência dos milagres.
Mas, a Viagem à Lua, publicada postumamente em 1657, é, sobretudo, uma notável antecipação das maravilhas da técnica: vai do aeróstato ao pára-quedas, descreve o mundo dos cheiros e dos extraterrestres, numa viagem imaginária plena de recursos geradores de uma verdadeira utopia.

8 de dezembro de 2007

Mário Quintana dixit...

Mário de Miranda Quintana foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Nasceu em Alegrete a 30 de Julho de 1906 e faleceu em Porto Alegre, em 5 de Maio de 1994.

"Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem."
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"Dupla delícia:

O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado."
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"A diferença entre um poeta e um louco é que o poeta sabe que é louco... porque a poesia é uma loucura lúcida."


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SIMULTANEIDADE

- Eu amo o mundo! Eu detesto o mundo! Eu creio em Deus! Deus é um absurdo! Eu vou me matar! Eu quero viver!
- Você é louco?
- Não, sou poeta.

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6 de dezembro de 2007

O Fim

Umberto Boccioni (1882-1916)Num quarto sem porta
Numa parede sem janela
Permaneço sozinha enquanto a escuridão chega

Um rosto cego
Uma folha solta
Uma negridão pútrida

Um caminho vazio
Uma floresta sem vida
Um oceano sem gotas...

Surge um raio incandescente qual fúria zangada
Estou a queimar-me, estás a ver?

Diz-me o que sentes e eu dir-te-ei o que sinto
Grita enquanto a alma permanece
Mas cuidado, o meu olhar pode deixar de te observar
Por favor, não deixes que as memórias te levem

Sentes-te claustrofóbico?
Então corre até não haver mais nada a percorrer

Este é o teu sonho do fim
Onde eu estou prestes a acabar...

5 de dezembro de 2007

O Sol e a Lua


(Imagem retirada da Net)

"O Sol dá-nos a luz, mas a Lua dá-nos inspiração. Se olhar para o sol sem proteger os olhos, ficará cego. Se olhar para a Lua por muito tempo sem tapar os olhos, tornar-se-á poeta."


Serge Bouchard, Selecções, Julho 1999, p. 143.

Poesia

(Imagem retirada da net)
Este é o Prólogo

Deixaria neste livro
toda a minha alma.
este livro que viu
as paisagens comigo
e viveu horas santas.

Que pena dos livros
que nos enchem as mãos
de rosas e de estrelas
e lentamente passam !

Que tristeza tão funda
é olhar os retábulos
de dores e de penas
que um coração levanta !

Ver passar os espectros
de vida que se apagam,
ver o homem desnudo
em Pégaso sem asas

ver a vida e a morte,
a síntese do mundo,
que em espaços profundos
se olham e se abraçam.

Um livro de poesias
é o outono morto:
os versos são as folhas
negras em terras brancas,

e a voz que os lê
é o sopro do vento
que lhes incute nos peitos
- entranháveis distâncias

O poeta é uma árvore
com frutos de tristeza
e com folhas murchas
de chorar o que ama.

O poeta é o médium
da Natureza
que explica sua grandeza
por meio de palavras.

O poeta compreende
todo o incompreensível
e as coisas que se odeiam,
ele, amigas as chama.

Sabe que as veredas
são todas impossíveis,
e por isso de noite
vai por elas com calma.

Nos livros de versos,
entre rosas de sangue,
vão passando as tristes
e eternas caravanas

que fizeram ao poeta
quando chora nas tardes,
rodeado e cingido
por seus próprios fantasmas.

Poesia é amargura,
mel celeste que emana
de um favo invisível
que as almas fabricam.

Poesia é o impossível
feito possível. Harpa
que tem em vez de cordas
corações e chamas.

Poesia é a vida
que cruzamos com ânsia,
esperando o que leva
sem rumo a nossa barca.

Livros doces de versos
sãos os astros que passam
pelo silêncio mudo
para o reino do Nada,
escrevendo no céu
suas estrofes de prata.

Oh ! que penas tão fundas
e nunca remediadas,
as vozes dolorosas
que os poetas cantam !

Deixaria neste livro
toda a minha alma...

Frederico Garcia Lorca, Trad. William Agel de Melo

Imaginário(s)

Salvador Dali (1904-1989 - Surrealismo)


"Sempre imaginei que o paraíso será uma espécie de biblioteca."
Jorge Luís Borges

3 de dezembro de 2007

Concurso

www.planonacionaldeleitura.gov.pt
Destaques
Concurso "Onde te leva a imaginação?"
Concurso Nacional de Leitura 2007/2008 (...)

2 de dezembro de 2007

1 de dezembro de 2007

Realidade(s)


Havia ainda um pouco de sonho
E a luz e o sol
O encanto supérfluo da Beleza
A procura descabida
Da Verdade...

Alunos de Literatura


Somos uma Turma de alunos de Literatura Portuguesa (10.º D).
A nossa experiência de Leitura designa-se por «P.I.L.» - Projecto Individual de Leitura.

29 de novembro de 2007

Elogio da Leitura


(Imagem retirada da net)


Sigo o movimento dos teus olhos

no livro que seguras,

e vais descobrindo ao mesmo tempo

que eu. O que sentes? Que

sonhos inundam a tua cabeça,quando

uma palavra ocupa toda a página,e te

obriga a parar a meio de um

parágrafo? Ou de que te lembras,

quando voltas atrás,e me fazes reler

a frase por onde eu passara, sem ter

visto o que me dizes? Explicas-me

que este livro é a tua vida; mas

a tua vida também é um livro, digo-te,

quando o deixas cair para o chão,

e me deixas ler pelas linhas da tua mão.


Nuno Júdice

O prazer de ler

Renoir (imagem tirada da net)

Rapariga lendo

Entre o livro e a laranja, uma sombra.

Entre os lábios e as pálpebras, uma cor.

Entre os braços e os seios, o branco.



Na flor que os dedos prendem, um perfume.

No risco dos cabelos, uma luz.

No ar com que sonha, um lume.



Na página que lê, um desenho.

Na testa descoberta, um sonho.

E na cabeça, o que só ela sabe.



Nuno Júdice

28 de novembro de 2007

CONCURSO INTERNACIONAL DE LITERATURA
«Terminemos este conto»
I Edição - 2007