28 de julho de 2008

Cecília Meireles - Poetisa Brasileira

Joana Homem de Castro


Por que me falas nesse idioma? perguntei-lhe,sonhando.

Em qualquer língua se entende essa palavra.

Sem qualquer língua.

O sangue sabe-o.

Uma inteligência esparsa aprende

esse convite inadiável.

Búzios somos, moendo a vida

inteira essa música incessante.

Morte, morte.

Levamos toda a vida morrendo em surdina.

No trabalho, no amor, acordados, em sonho.

A vida é a vigilância da morte,

até que o seu fogo veemente nos consuma

sem a consumir.

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