25 de setembro de 2008

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Arcimboldo, Outono, 1573

«Saramago diz que próximo romance sai no Outono
Lisboa, 19 Abr (Lusa) - O novo romance de José Saramago, "A Viagem do Elefante", deverá sair no Outono, anunciou o escritor numa entrevista publicada hoje no semanário `O Sol`.
"O livro não está muito adiantado, está a metade. Espero acabá-lo este Verão e que se possa publicar no Outono (...) É um livro muito difícil, mas que me tem dado muita satisfação", disse o Nobel da Literatura de 1998.
Saramago, 85 anos, não adianta, contudo, pormenores acerca do seu novo romance: "Pôr um elefante a viajar não é uma invenção minha. É um facto histórico (...) Agora, se perguntarem que elefante é esse, lamento muito, mas não...".
O escritor, hospitalizado no final do ano passado em Espanha com uma pneumonia, estará quarta-feira em Lisboa para inaugurar a exposição "José Saramago: A Consistência dos Sonhos", no Palácio da Ajuda.
Falando sobre o seu processo criativo, José Saramago diz que é "um escritor atípico".
"Só escrevo porque tenho ideias. Sentar-me a pensar que tenho que inventar uma história para escrever um livro nunca me aconteceu e nunca me acontecerá", acrescentou.
Quanto ao acordo ortográfico, que o Parlamento português deverá em breve ser chamado a ratificar, Saramago afirma que não mudará a sua maneira de escrever e duvida que ele seja necessário: "Continuarei a escrever como escrevo. Os editores e os revisores que façam o seu trabalho e que corrijam as palavras segundo a nova moda".
Questionado acerca das suas relações com o PCP, Saramago respondeu: "Não há afastamento nenhum (...) Continuo a ser exactamente a mesma pessoa, com o mesmo tipo de relação com um partido que aceitei livremente".
O escritor garante que "segue" a linha do partido, "mas de uma forma crítica" e que lhe parece "mais útil".
Num registo mais íntimo, o escritor define-se como "um sentimental" e "uma pessoa de afectos", rejeitando a "arrogância" que lhe é por vezes atribuída: "De arrogante não tenho nada".
José Saramago admite ser "austero", mas considera que "uma austeridade de carácter não é defeito, pelo contrário".»



AC.
Lusa

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