18 de novembro de 2010

Poesia hispano-árabe





O povo Branco

Ó NOBRE POVO, que fostes de terras da luz
Expulsos e abandonados
Ó filhos da lua crescente,
Que o sol queima
Sem clemência nem misericórdia
Sem dó, nem pena, ardentemente

Ó NOBRE DEUS, que com suas vestes brancas
Cavalga pelo deserto
Sem Norte nem sul, com o coração orgulhoso
E imponente,
Sem rumo, sem destino, incerto

Ó AMANTE DE ÁLA, que oras rastejando
Os teus joelhos no chão de mármore
Pedindo aos céus que os homens
Deixam de ser cegos,
Ai! Que vives os desejos amando

Ó FILHO DA LUA CRESCENTE, tal sina tua
De ser pelos demais chamado de infiel
Quando apenas buscavas a verdade em terras da luz
Com sangue foste castigado
Sem medo suportaste tal fortuna cruel

Ó BELO PRINCIPE DE ROSTO ESCONDIDO, foge para o deserto
Lá Deus é generoso contigo
Foge para longe daquele que te tem como refém
Nas frias prisões de Sevilha
Fuga rápida em cavalo negro do teu inimigo

Ó TAL ROSTO DE BRONZE, nunca mais eu esqueci
Pois tal povo que foi para o deserto fugido
Deixou marcas profundas em terras da luz
Na minha boca explodem frases de MOUROS
E de príncipes ocultos e encantados, em castelos de pedra
Corro nos laranjais perdido nos Algarves e no Alentejo
Ouvindo as vozes desse povo que outrora residiu AQUI

Escrito por: Nahan Quasar Warda
Inspirado por: ALVES Adalberto, O meu coração é árabe, Poesia Luso-árabe

Sem comentários: