24 de outubro de 2010

Sonho

imagem: Oksana


       Estava escuro, o vento percorria-me sem sentido nem direcção, a água estava fria ouvia-se ao bater nas rochas, e a espuma que nela aparecia molhava-me até aos tornozelos. As estrelas que me iluminavam o olhar pareciam querer falar-me, serviam-me de certezas e esperanças.
        Esperava que me dissessem aquilo que eu queria ouvir mas… pareciam mudas…. ou estariam a contrariar-me?
        Observava o infinito e tentava ver-te, ver o teu rosto reflectido nas águas frias mas límpidas daquele imenso mar, naquela noite de verão.
        Estava presa, presa num paralelismo de te querer, voltar a ver-te, sentir-te, ouvir-te, abraçar-te acariciar-te!
        Fiz voluntariado para o sacrifício pois nunca, mas nunca, quis para ti o mal, sofri com o teu mal, alegrei-me com o teu bem, e nunca te quis trocar por nada nem ninguém.
Só me lembrava que nu dia formoso, eu passei dava o sol tanta luz, e os meus olhos que vagos giravam em teus olhos ardentes…
       Que fez ele?  Eu que fiz? Passava o tempo a fazer perguntas retóricas, mas sei que a partir daquele momento a viver comecei!
       Não, não vou esquecer o passado, a outra vida que dantes vivi, foi um sonho talvez, um sonho em que paz tão serena dormi, ohhhh que doce era aquele sonhar em que eu te tinha e tudo se articulava em sentimentos inexoráveis.


                                                                                         Inês Bernardino

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