21 de dezembro de 2012
14 de dezembro de 2012
20 de novembro de 2012
16 de novembro de 2012
23 de outubro de 2012
15 de outubro de 2012
Do poeta Nuno Júdice para os alunos da nossa escola.

PARA ESCREVER O POEMA
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O poeta quer escrever sobre um pássaro:
e o pássaro foge-lhe do verso.
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O poeta quer escrever sobre a maçã:
O poeta quer escrever sobre a maçã:
e a maçã cai-lhe do ramo onde a pousou.
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O poeta quer escrever sobre uma flor:
e a flor murcha no jarro da estrofe.
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Então, o poeta faz uma gaiola de palavras
para o pássaro não fugir.
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Então, o poeta chama pela serpente
para que ela convença Eva a morder a maçã.
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Então, o poeta põe água na estrofe
para que a flor não murche.
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Mas um pássaro não canta
quando o fecham na gaiola.
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A serpente não sai da terra
porque Eva tem medo de serpentes.
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E a água que devia manter viva a flor
escorre por entre os versos.
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E quando o poeta pousou a caneta,
o pássaro começou a voar,
Eva correu por entre as macieiras
e todas as flores nasceram da terra.
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O poeta voltou a pegar na caneta,
escreveu o que tinha visto,
e o poema ficou feito.
10-12-2007 (22h32m)a
1 de outubro de 2012
13 de setembro de 2012
BOM ANO LETIVO 2012/2013
Só de literatura portuguesa são732 obras!
Basta seguires o «link» e selecionares a obra que mais te interessar...
26 de julho de 2012
11 de junho de 2012
Para ti...
Nesta carta eu te escrevo
Com todo o meu coração
Para dizer que te amo
Com toda a entoação.
És a chave do meu cofre,
Quero-te a toda a hora,
És chave da felicidade,
Se não te tenho, fico à nora!
Pode haver melhores que tu
Mas eu não os quero, não!
Tu és diferente de todos,
Tu tens o meu coração.
O tempo está a passar
E eu já não sei que fazer,
Pois só te consigo amar,
Amar até mais não querer.
Nesta carta quero que saibas
Que quem não luta pelo que é seu
Só quando é tarde demais
Se apercebe do que perdeu.
Então, antes de eu partir,
Apenas te quero dizer
Que me fizeste sorrir,
Fizeste-me enlouquecer!
És a chave deste cofre,
Um cofre ainda fechado,
És a chave de quem sofre
Por não te ter a seu lado.
Mais uma coisa vou dizer,
Antes desta carta eu fechar,
Que mesmo depois de eu ir,
Continuar-te-ei a amar.
Maria Leão, 9º C
Se não admitir, minto...
Meu amor,
Já não sei o que sinto.
É claro que não me és indiferente.
Se o disser, minto.
Não aguento lidar com isto,
Não me deixes desistir,
Mas começa a levar-me à exaustão
Este fingir...
Finjo que não sinto tudo aquilo que quero de ti,
Tudo aquilo que significas para mim.
Não vou aguentar muito mais tempo
Dá-me um sinal, eu preciso sentir que estás comigo.
Se não o admitir,
Eu minto...
Vem ter comigo, meu amor.
Acaba com esta incerteza,
Dá-me a felicidade,
Acaba com a minha tristeza.
Vamos viver o nosso amor,
Sei que não és de paixões,
Mas precisamos de nos dar
E unir os nossos corações.
Não digas que não podemos,
Que isso é o que eu sei.
Vamos acreditar que tudo vencemos
E que o nosso amor é lei!
Ana Grazina, 9º C
Para que a minha vida volte a ter sentido...
Chora-me a alma
Não consigo manter a calma
O alvoroço sentido dentro do meu coração
Contrasta com a calma de tudo à minha volta.
Que o amor me poupe à revolta
Por não te ter, amor, por estar na solidão
Já nem a esperança me ocorre dentro deste turbilhão.
Vou guardar tudo num cofre
Ponho a chave na tua mão
Só tu, na tua vontade
Só tu, na tua decisão
Podes fazer a minha vida
Voltar a ter razão.
Ana Grazina, 9º C
Não vou arriscar...
Queria muito perceber o que se passa comigo
Queria muito perceber o que se passa contigoTento adivinhar e não consigo.
Tento somar todos os teus pequenos gestos
Para saber se todos juntos fazem muitoMuito, tal e qual eu te quero.
Muito, tal e qual eu de ti preciso.
Não consigo perceber
Queria saberSe vamos poder viver o nosso amor
Ou se vou continuar a ter-te como amigo.
Não sei se vale a pena acreditar .
Preciso de ti E se quisermos arriscar
Tudo destruído vai ficar...
... e tu sabes que, no fim, não vou ficar contigo
Não ganho o amorE perdi o amigo.
Ana Grazina, 9º C
Foi há muito tempo...
Foi há muito tempo que eu fiquei esperando
Sem saber o que fazer
A minha vida foi levando
O peso de um fardo às costas
Sempre tentando adivinhar
Aquilo de que mais gostas
Foi há muito tempo que eu fiquei esperando
Acreditando com todas as minhas forças
Que o tempo que foi passando
Não foi o suficiente para desistires de mim.
Foi há muito tempo que eu fiquei esperando
Sempre com a esperança de algo melhor
E sempre, sempre sonhando
Que pudesses viver para mim.
Foi há muito tempo que eu fiquei esperando
E vendo o tempo passando
Tanto tempo, enfim,
Que já me habituei a viver assim
Foi há muito tempo que eu fiquei esperando
Suspensa, tão suspensa em ti
Que esse tempo que foi passando
Acabou por não passar em mim
Foi há muito tempo que eu fiquei esperando
Esperando por ti
Que o quanto te fui amando
Me fez perder de mim!!
Ana Grazina, 9º C
6 de junho de 2012
Foi há muito tempo...
(Imagem da Net - via Google)
Foi há muito tempo que eu fiquei esperando
Esse amor que tu tinhas para dar
Foi num tempo em que estava chorando
E nas lágrimas estava buscando
Algo que me pudesse acalmar!
Foi há muito tempo que eu fiquei esperando
Aquele sonho por realizar
O sonho em que eu te estou beijando,
O sonho em que eu estou procurando
Algo que te possa agradar!
Foi há muito tempo que eu fiquei esperando
Por aquele nosso eterno olhar...
Um trocar de olhares imensamente brando
Em que eu estou conquistando
Algo que de ti me faz gostar!
Foi há muito tempo que eu fiquei esperando
Mas agora estou já farta de esperar
Por algo que estou adiando
Por algo que, não sei quando,
Me fartarei de lutar!
Maria Leão - 9º C
Dono do meu coração
(Imagem da net - via Google)
Não tenho chave para ele
Porque essa tu me a tiraste!
Foi como a carta que leste
E logo depois rasgaste…
Porque essa tu me a tiraste!
Foi como a carta que leste
E logo depois rasgaste…
Um cofre assim por abrir
Sem chave que nele entre,
É como um mundo a sorrir,
É a paixão mais ardente…
Sem chave que nele entre,
É como um mundo a sorrir,
É a paixão mais ardente…
Meu coração está selado
Tal como o cofre que te dei…
Não penses que está estragado
Só porque não o resgatei!
Tal como o cofre que te dei…
Não penses que está estragado
Só porque não o resgatei!
Enviei-te uma carta,
Escrevi o que sentia…
Um amor que não me farta
Sinto desde aquele dia!
Escrevi o que sentia…
Um amor que não me farta
Sinto desde aquele dia!
Nessa carta fui contar
Com toda a convicção,
Que sempre te vou amar…
…Dono do meu coração!
Com toda a convicção,
Que sempre te vou amar…
…Dono do meu coração!
Joana Rita Caetano
Nº9
9ºC
Nº9
9ºC
20 de maio de 2012
Concursos Literários Juvenis
http://www.concursosliterarios.benfazeja.com/2011/06/1-concurso-literario-assombros-juvenis.html
2 de maio de 2012
23 de abril de 2012
Dia mundial do livro

A 23 de Abril celebra-se o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor.
A UNESCO instituiu em 1995 o Dia Mundial do Livro.
A data foi escolhida por ser um dia importante para a literatura mundial - foi a 23 de Abril de 1616 que faleceu Miguel de Cervantes e a 23 de Abril de 1899 nasceu Vladimir Nabokov.
Também a 23 de Abril nasceu e morreu William Shakespeare.
A data serve ainda para chamar a atenção para a importância do livro como bem cultural, essencial para o desenvolvimento da literacia e desenvolvimento económico.
9 de abril de 2012
Não sei, ama, onde era
Não sei, ama, onde era,
Nunca o saberei...
Sei que era Primavera
E o jardim do rei...
(Filha, quem o soubera!).
Que azul tão azul tinha
Ali o azul do céu!
Se eu não era a rainha,
Porque era tudo meu?
(Filha, quem o adivinha?).
E o jardim tinha flores
De que não me sei lembrar...
Flores de tantas cores...
Penso e fico a chorar...
(Filha, os sonhos são dores).
Qualquer dia viria
Qualquer coisa a fazer
Toda aquela alegria
Mais alegria nascer
(Filha, o resto é morrer).
Conta-me contos, ama...
Todos os contos são
Esse dia, e jardim e a dama
Que eu fui nessa solidão...
Fernando Pessoa
Etiquetas:
- Literatura Portuguesa; Susana Miguel
30 de março de 2012
21 de março de 2012
Dia da poesia
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Imagens google |
Florbela Espanca | |
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior Do que os homens! Morder como quem beija! É ser mendigo e dar como quem seja Rei do Reino de Áquem e de Além Dor! É ter de mil desejos o esplendor E não saber sequer que se deseja! É ter cá dentro um astro que flameja, É ter garras e asas de condor! É ter fome, é ter sede de Infinito! Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim... É condensar o mundo num só grito! E é amar-te, assim, perdidamente... É seres alma, e sangue, e vida em mim E dizê-lo cantando a toda a gente! Florbela Espanca |
10 de março de 2012
Leitura encenada do "Auto da Barca do Inferno", de Gil Vicente
Sala cheia, nesta tarde de sábado, dia 10, para assistir à leitura encenada do AUTO DA BARCA DO INFERNO, feita por alunos da Escola Secundária de Ponte de Sor, numa parceria com o Teatro da Terra.
Os trabalhos de preparação decorreram na Escola Secundária, todas as quartas-feiras, desde o dia 18 de janeiro, sob orientação do ator Pedro Mendes.
Está prevista uma nova apresentação na Escola Secundária, no último dia de aulas do 2º período, para a qual contamos com a vossa presença.
A todos os alunos que tão bem representaram o nosso estabelecimento de ensino, os nossos parabéns. Ao Teatro da Terra, em especial ao ator Pedro Mendes, pelo trabalho com os alunos, e à atriz Maria João Luís, pela ideia e pelo convite à nossa escola, o nosso muito obrigada.
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2 de março de 2012
SEMANA DA LEITURA - Centro de Artes e Cultura
Nesta semana da leitura, chama-se a atenção dos alunos para as atividades do dia 10, sábado, pelas 16,30 horas, em que será feita, por alunos da nossa escola, uma leitura encenada do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente. Contamos com a vossa presença.
29 de fevereiro de 2012
27 de fevereiro de 2012
A vida é um eterno amanhã

As traduções são muito mais complexas do que se imagina. Não me refiro a locuções, expressões idiomáticas, palavras de gíria, flexões verbais, declinações e coisas assim. Isto dá para ser resolvido de uma maneira ou de outra, se bem que, muitas vezes, à custa de intenso sofrimento por parte do tradutor. Refiro-me à impossibilidade de encontrar equivalências entre palavras aparentemente sinônimas, unívocas e univalentes. Por exemplo, um alemão que saiba português responderá sem hesitação que a palavra portuguesa "amanhã" quer dizer "morgen". Mas coitado do alemão que vá para o Brasil acreditando que, quando um brasileiro diz "amanhã", está realmente querendo dizer "morgen". Raramente está. "Amanhã" é uma palavra riquíssima e tenho certeza de que, se o Grande Duden fosse brasileiro, pelo menos um volume teria de ser dedicado a ela e outras, que partilham da mesma condição.
"Amanhã" significa, entre outras coisas, "nunca", "talvez", "vou pensar", "vou desaparecer", "procure outro", "não quero", "no próximo ano", "assim que eu precisar", "um dia destes", "vamos mudar de assunto", etc. e, em casos excepcionalíssimos, "amanhã" mesmo. Qualquer estrangeiro que tenha vivido no Brasil sabe que são necessários vários anos de treinamento para distinguir qual o sentido pretendido pelo interlocutor brasileiro, quando ele responde, com a habitual cordialidade nonchalante, que fará tal ou qual coisa amanhã. O caso dos alemães é, seguramente, o mais grave. Não disponho de estatísticas confiáveis, mas tenho certeza de que nove em cada dez alemães que procuram ajuda médica no Brasil o fazem por causa de "amanhãs" casuais que os levam, no mínimo, a um colapso nervoso, para grande espanto de seus amigos brasileiros - esses alemães são uns loucos, é o que qualquer um dirá.
A culpa é um pouco dos alemães, que, vamos admitir, alimentam um número excessivo de certezas sobre esta vida incerta, número quase tão grande como a quantidade exasperante de preposições que freqüentam sua língua (estou estudando "auf" e "au" no momento, e não estou entendendo nada). São o contrário dos brasileiros, a maior parte dos quais não tem a menor idéia do que estará fazendo na próxima meia hora, quanto mais amanhã.
Talvez tudo se reduza a uma questão filosófica sobre a imanência do ser, o devenir, o princípio de identidade e outros assuntos do quais fingimos entender, em coquetéis desagradáveis onde mentimos a respeito de nossas leituras e nossos tempos na Faculdade. No plano prático, contudo, a coisa fica gravíssima. Se o Brasil tivesse fronteiras com a Alemanha, não digo uma guerra, mas algumas escaramuças já teriam eclodido, com toda a certeza - e a Alemanha perderia, notadamente porque o Brasil não compareceria às batalhas nos horários previstos, confundiria terça-feira com sexta-feira, deixaria tudo para amanhã, falsificaria a assinatura oficial no documento de rendição, receberia a Wehrmacht com batucadas nos momento, mais inadequados e estragaria tudo organizando almoços às seis horas da tarde.
Falo por experiência própria. When in Rome do as the Romans do ditado que deve ter uma versão latina muito mais chique, mas, infelizmente, não disponho aqui de meus livros de citações, para dar a impressão aos leitores de que leio Ovídio e Horácio no original. Mas, em inglês ou em latim, acho esse um pensamento de grande sabedoria e procuro segui-lo à risca, na minha atual condição de berlinense, tanto assim que, não fora minha tez trigueira e meu alemão abestalhado, ninguém me distinguiria, fosse por traje ou maneiras, dos outros berlinenses bebericando uma cervejinha ali na Adenauerplatz.
Fica tudo, porém, muito difícil em certas ocasiões, como hoje mesmo. O telefone tocou, atendi, falou um alemão simpático e cerimonioso do outro lado, querendo saber se eu estaria livre para uma palestra no dia 16 de novembro, quarta-feira, às 20:30h. Sei que é difícil para um alemão compreender que esse tipo de pergunta é ininteligível para um brasileiro. Como alguém pode marcar alguma coisa com tanta precisão e antecedência, esses alemães são uns loucos. Mas não quis ser indelicado e, como sempre, recorri a minha mulher.
- Mulher - disse eu, depois de pedir que o telefonador esperasse um bocadinho. - Eu tenho algum compromisso para o dia 16 de novembro, quarta-feira, às 20:30h?
- Você está maluco? - disse ela. - Quem é que pode responder a esse tipo de pergunta?
- Eu sei, mas tem um alemão aqui querendo uma resposta.
- Diga a ele que você responde amanhã.
- E quando ele telefonar amanha? Ele é alemão, ele vai telefonar amanhã, ele não sabe o que quer dizer amanhã.
- Ah, esses alemães são uns loucos. Você é escritor, invente uma resposta poética, diz a ele que a vida é um eterno amanhã.
Achei uma idéia interessante, mas não a usei, apenas disse que ele telefonasse amanhã. Mas claro que não sei o que dizer amanhã e fui dormir preocupado, tanto assim que ainda incomodei minha mulher com uma cotovelada. Afinal, os alemães são organizados, é uma vergonha a gente não poder planejar as coisas tão bem quanto eles. Que é que eu faço?
- Ora - respondeu ela, retribuindo já cotovelada -, pergunte a ele se os alemães planejaram a reunificação para agora. E, se ele for berlinense, pergunte se ele não preferia deixá-la para amanhã.
- Touché - disse eu, puxando o cobertor para cobrir a cabeça e resolvendo que amanhã pensaria no assunto.
(Um brasileiro em Berlim, 1993.)
João Ubaldo Ribeiro
22 de fevereiro de 2012
ACTIVIDADES
ACTIVIDADES DO DEPARTAMENTO DE LÍNGUAS
DIA 23 DE FEVEREIRO
HORA | ACTIVIDADE | LOCAL |
11: 15h | Videoconferência Transfronteiriça REALCE (Espanhol) | Auditório |
15h | Mostra Gastronómica (Línguas) | Corredor Central |
DIA 24 DE FEVEREIRO
HORA | ACTIVIDADE | LOCAL |
10h | Peddy Paper (Línguas) | Recinto Escolar |
12h | Teatro Interactivo (Inglês) | Auditório |
Ana Tapadas
13 de fevereiro de 2012
10 de fevereiro de 2012
Do poeta Nuno Júdice para os alunos da nossa escola
Aqui publicamos de novo um poema feito pelo poeta NUNO JÚDICE, em Dezembro de 2007, dedicado aos alunos da nossa escola. Porquê? Porque foi, de facto, uma honra para nós e porque este poema saiu no Exame Nacional de 9º ano, 1ª chamada de 2010.
Aqui publicamos um poema, escrito a 10/12/2007, pelo poeta Nuno Júdice e gentilmente feito a pensar nos nossos alunos (ver post anterior). Agradecemos a honra que nos deu e transcrevemos o mail que nos enviou:
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"Com todo o gosto, aqui lhe mando um poema escrito a pensar nos seus alunos.
Cumprimentos
Nuno Júdice"
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PARA ESCREVER O POEMA
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O poeta quer escrever sobre um pássaro:
e o pássaro foge-lhe do verso.
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O poeta quer escrever sobre a maçã:
O poeta quer escrever sobre a maçã:
e a maçã cai-lhe do ramo onde a pousou.
...................................................................
O poeta quer escrever sobre uma flor:
e a flor murcha no jarro da estrofe.
..................................................................
..................................................................
Então, o poeta faz uma gaiola de palavras
para o pássaro não fugir.
......................................................
Então, o poeta chama pela serpente
para que ela convença Eva a morder a maçã.
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Então, o poeta põe água na estrofe
para que a flor não murche.
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Mas um pássaro não canta
quando o fecham na gaiola.
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A serpente não sai da terra
porque Eva tem medo de serpentes.
...........................................................
E a água que devia manter viva a flor
escorre por entre os versos.
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E quando o poeta pousou a caneta,
o pássaro começou a voar,
Eva correu por entre as macieiras
e todas as flores nasceram da terra.
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O poeta voltou a pegar na caneta,
escreveu o que tinha visto,
e o poema ficou feito.
10-12-2007 (22h32m)a
Relembrar - NUNO JÚDICE

Nuno Júdice (Mexilhoeira Grande, 1949) é um poeta, ficcionista e professor universitário.
Licenciou-se em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa. É actualmente professor da Universidade Nova de Lisboa, onde se doutorou (1989), apresentando uma dissertação sobre Literatura Medieval. Exerceu ainda as funções de Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal e de Director do Instituto Camões em Paris. Tem publicado estudos sobre Teoria da Literatura e Literatura Portuguesa, antologias, edições críticas, e tem uma colaboração regular em jornais e revistas como cronista. Divulgador da Literatura Portuguesa do século XX, publicou em França Voyage dans un siècle de Littérature Portugaise (1993), reeditado e revisto na edição portuguesa Viagem por Um Século de Literatura (1997).
Colaborou em acções de divulgação cultural, como as Letras Francesas (1989), com uma apresentação de autores franceses contemporâneos e organizou a Semana Europeia da Poesia, no âmbito da Lisboa 94 - Capital Europeia da Cultura.
Poeta e ficcionista, publicou o primeiro livro de poesia em 1972, A Noção de Poema (Publicações Dom Quixote). Recebeu importantes prémios da poesia portuguesa: o Prémio Pen Clube (1985), Prémio D. Dinis da Fundação da Casa de Mateus (1990), Prémio da Associação Portuguesa de Escritores (1994), este último com o livro Meditação Sobre Ruínas, que foi também finalista do Prémio Europeu de Literatura Aristeion.
Assinou ainda obras para teatro e traduziu autores como Corneille e Emily Dickinson.
Foi Director da revista literária Tabacaria, editada pela Casa Fernando Pessoa e Comissário para a área da Literatura da representação portuguesa à 49ª Feira do Livro de Frankfurt. Tem livros traduzidos em Espanha, Itália, Venezuela, Inglaterra e França.
Licenciou-se em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa. É actualmente professor da Universidade Nova de Lisboa, onde se doutorou (1989), apresentando uma dissertação sobre Literatura Medieval. Exerceu ainda as funções de Conselheiro Cultural da Embaixada de Portugal e de Director do Instituto Camões em Paris. Tem publicado estudos sobre Teoria da Literatura e Literatura Portuguesa, antologias, edições críticas, e tem uma colaboração regular em jornais e revistas como cronista. Divulgador da Literatura Portuguesa do século XX, publicou em França Voyage dans un siècle de Littérature Portugaise (1993), reeditado e revisto na edição portuguesa Viagem por Um Século de Literatura (1997).
Colaborou em acções de divulgação cultural, como as Letras Francesas (1989), com uma apresentação de autores franceses contemporâneos e organizou a Semana Europeia da Poesia, no âmbito da Lisboa 94 - Capital Europeia da Cultura.
Poeta e ficcionista, publicou o primeiro livro de poesia em 1972, A Noção de Poema (Publicações Dom Quixote). Recebeu importantes prémios da poesia portuguesa: o Prémio Pen Clube (1985), Prémio D. Dinis da Fundação da Casa de Mateus (1990), Prémio da Associação Portuguesa de Escritores (1994), este último com o livro Meditação Sobre Ruínas, que foi também finalista do Prémio Europeu de Literatura Aristeion.
Assinou ainda obras para teatro e traduziu autores como Corneille e Emily Dickinson.
Foi Director da revista literária Tabacaria, editada pela Casa Fernando Pessoa e Comissário para a área da Literatura da representação portuguesa à 49ª Feira do Livro de Frankfurt. Tem livros traduzidos em Espanha, Itália, Venezuela, Inglaterra e França.
A sua extensa bibliografia inclui obras de ficção, poesia, teatro, ensaio, edições críticas e antologias.
in http://pt.wikipedia.org/wiki/Nuno_Júdice (adaptado)
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