18 de abril de 2008

Abaixo os "cotas"!

(Imagem retirada da net, via Google)

Abaixo os “Cotas”!

Sempre ouvi dizer que “velhos são os trapos”. Mas a verdade é que também ouço algumas pessoas dizerem “o meu cota...”, “a minha cota...”. Ao princípio pensava que era uma forma carinhosa de se referirem aos pais, em público. Afinal, era precisamente o contrário. Para mim, é quase uma maneira de gozar as pessoas que nos tratam melhor. Mas não é só destes que falam assim, é de todos os que são mais velhos: pais, vizinhos, professores... São todos “cotas”! Se calhar, porque pensam de outra maneira e não concordam com tudo o que os filhos dizem ou fazem...
Eu sei que somos diferentes dos mais velhos. Mas também sei que eles não são iguais aos seus pais. Os tempos mudam e as pessoas também, só que umas conseguem viver mais depressa e adaptam-se às mudanças, outras não.
A minha mãe costuma dizer que as crianças e jovens de hoje nasceram no tempo do iogurte e cresceram com a consola na mão. Parece que nasceram ensinados... Ela, às vezes, pede-me para fazer certas coisas no DVD ou no telemóvel e diz que “já é muito avançado” para ela e que não percebe do assunto. Será “cota”? Talvez, mas nessa altura lembro-me que foi com ela que aprendi a fazer tabelas e aprendi a fazer apresentações em PowerPoint no computador. Afinal, ela é “deste tempo”!
E o “meu cota”? Bem, vejo-o afinar a BTT e a sair, faça chuva, sol ou vento. Volta encharcado e, às vezes, enlameado, mas sempre com um grande sorriso. Vai logo para o computador, liga-lhe um GPS e um relógio “esquisito” e começa a ver gráficos com distâncias, velocidades, batimentos cardíacos e pulsações... Não percebo nada daquilo. É demais para mim… Afinal, ele também é “deste tempo”!
Cheguei à conclusão que as pessoas que tratam assim os mais velhos são aqueles que pensam que eles pararam no tempo e já não lhes podem ensinar nada. Afinal, “cota” não deve querer dizer “velho”, porque a idade traz sabedoria e nós devemos aproveitá-la, sem esquecer que também podemos ensinar qualquer coisa. Nem que seja mexer no telemóvel...


Daniela Sofia C. Bispo
7ºA

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